Somente em setembro de
2024, a receita no DF chegou a R$ 2,05 bilhões; nos últimos dois anos, o valor
recolhido ultrapassou os R$ 20 bilhões, cada.
Governo afirma que isso ajuda no financiamento
de políticas públicas
A arrecadação tributária do
Distrito Federal vem crescendo, com o passar dos anos.
De acordo com dados mais
recentes disponibilizados pela Secretaria de Economia, somente no mês de
setembro o valor chegou a R$ 2,05 bilhões, um aumento nominal de 20,1% em
relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o montante ficou na casa de R$
1,69 bilhão.
No acumulado de janeiro a
setembro de 2024, a arrecadação tributária somou R$ 18,81 bilhões,
representando um acréscimo de 16,4% na comparação com o mesmo período de 2023
(R$ 16,16 bilhões).
Em todo 2023, a arrecadação
atingiu R$ 21,66 bilhões, ficando 5,4% acima do que foi recolhido no ano
anterior (R$ 20,55 bilhões). Professor do Departamento de Economia da
Universidade de Brasília, o economista tributário Vander Lucas Mendes comentou
que estamos verificando aumentos das receitas tributárias em todo país. “Em
alguns estados e no Distrito Federal, a arrecadação é bastante expressiva, seja
pelo próprio crescimento da atividade econômica seja pelo imposto
inflacionário, cujo aumento dos preços leva a uma maior arrecadação”,
explica.
O grande destaque entre os
valores da receita tributária, aqui no Distrito Federal, é referente ao Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). De acordo
com o economista, o ICMS costuma ser o “carro chefe” na arrecadação. “Ele
abarca todas as transações com bens e serviços no GDF, além de ter alíquotas
elevadas. Temendo perda na arrecadação, os estados e o Distrito Federal
têm ajustado, mais ainda, tais alíquotas para cima, o que leva a maior
arrecadação desse tributo”, acrescenta.
Para Vander Lucas
Mendes, programas como o Nota Legal são fundamentais para o resultado
observado no DF. “Eles dão incentivos para que o consumidor peça a nota fiscal
no momento em que realiza suas compras, o que reflete diretamente
na arrecadação, pois, emitindo o documento, o empresário tem a obrigação
de fazer o recolhimento tributário gerado naquela transação”, salienta.
O professor da UnB conta
que as previsões de crescimento econômico para o próximo ano não chegam a 2%.
“Além disso, ocorreram acomodações de aumentos de alíquotas de alguns produtos
em 2023 e 2024. Isso pode levar a uma redução na arrecadação de 2025, em
relação a este ano”, pondera.