Espaço
Cidadania Criativa reúne empreendedoras negras com produtos artesanais e
temáticos para valorizar a cultura afrodescendente e fomentar a economia local
Até o dia 22 deste mês, quem atravessar a Galeria dos Estados pelas
passagens subterrâneas que conectam o Setor Comercial Sul (SCS) ao Setor
Bancário Sul (SBS) poderá conferir produtos e trabalhos de afroempreendedores
da capital federal.
A iniciativa integra a
programação do Governo do Distrito Federal (GDF) para o Mês da Consciência
Negra e conta com a participação de oito expositoras que se revezam de segunda
a sexta-feira, das 9h às 17h, no Espaço Cidadania Criativa.
No local, estão disponíveis
produtos artesanais, vestuário, calçados e artigos com temáticas
afrodescendentes, além de peças não temáticas.
Promovida pela Subsecretaria
de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (Subdhir), da Secretaria
de Justiça e Cidadania (SeJus-GDF), a ação busca defender os direitos humanos,
promover a igualdade racial e apoiar mulheres empreendedoras.
“Essa é mais uma iniciativa
da Sejus em apoio às mulheres para que cada vez mais elas estejam à frente de
negócios e da economia. Desenvolvemos projetos para fomentar e divulgar o
trabalho de empreendedoras afrodescendentes. É dar espaço para compartilhar
experiências, desafios e histórias de superação”, afirma a secretária de
Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.
Afroempreendedorismo
e impacto social
A empreendedora Joice
Marques, 36, é uma das participantes da ação e trouxe roupas do brechó Casa
Akotirene, iniciativa que também apoia um projeto social voltado para mulheres
negras em Ceilândia. “Essa é uma oportunidade para que mais pessoas conheçam nosso
trabalho e apoie nossos projetos”, celebra Joice. Para ela, o espaço vai além
da venda: “É importante pensarmos em como essas ações podem ter continuidade e
em como podemos ocupar esses espaços de forma permanente.”
Com seis anos de experiência
no empreendedorismo, Joice também destaca a colaboração entre as artesãs. “Nós
fazemos um revezamento ao longo da semana e vendemos produtos umas das outras,
promovendo a parceria e o fortalecimento coletivo”, explica.
A iniciativa chamou a atenção
da agente administrativa Meire Ribeiro, 41, que trabalha próximo à Galeria dos
Estados. Durante uma pausa, ela encontrou uma boneca de pano negra e decidiu
presentear a filha. “Achei maravilhoso ter esse espaço aqui. Produtos com
representatividade ajudam na autoestima e segurança da criança, além de apoiar
o empreendedor local”, afirmou.
Inclusão e
representatividade
O Espaço Cidadania Criativa
foi especialmente decorado para o evento, com destaque para uma obra em papel
machê da artista plástica Edinar Valeriano Gomes. Segundo Roze Mendes,
supervisora da Galeria dos Estados, o local é pensado para acolher e capacitar
os empreendedores. “O espaço é delas, e tudo aqui dentro é preparado para
impulsionar as vendas. Além disso, elas aprendem a cuidar da loja e a trabalhar
em equipe”, conta.
Para Mendes, oferecer um
ponto fixo para projetos de empreendedorismo é um passo importante para a
inclusão. “O artesanato precisa de venda diária, e iniciativas como essa
garantem a presença em um espaço estruturado, fortalecendo os negócios.”
Consciência
negra todos os dias
“O Dia da Consciência Negra
não é um dia que nós celebramos, é o dia que nós utilizamos para além de
rememorar, falar da importância de nós, independente da cor da pele, lutarmos
pela igualdade racial e contra o racismo e qualquer tipo de discriminação”,
afirma o subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial,
Juvenal Araújo.
Além de promover o
empreendedorismo, a Sejus-DF reforça o combate ao racismo e o estímulo ao
letramento racial. A programação de novembro inclui palestras em órgãos
públicos e atividades como a exposição de afroempreendedores na Galeria dos
Estados, Torre de TV e Anexo do Buriti. “Estamos trabalhando no fortalecimento
dos empreendedores, capacitando-os para buscar microcréditos, melhorar a
qualidade dos produtos e expandir seus negócios”, conclui Araújo.