A
partir desta quinta-feira (14), mais 203 linhas de ônibus da Grande Brasília
não aceitarão mais dinheiro em espécie dentro dos coletivos.
Este
é o penúltimo lote que passa a valer com a nova forma de pagamento, totalizando
636 linhas que fazem parte do programa Dinheiro Não Vai Mais Andar de Ônibus.
Até
o fim do ano, todos os coletivos devem operar sem o recebimento de dinheiro em
espécie.
184,6
mil: Número de cartões
Mobilidade emitidos de julho a outubro deste ano
“Quando
anunciamos a medida, no primeiro semestre, naturalmente o pagamento em dinheiro
começou a cair mesmo nos coletivos que ainda aceitam”, lembra o secretário de
Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.
“As
pessoas estão migrando para essa forma de pagamento. Hoje, os acessos pagos em
dinheiro em espécie em todas as 926 linhas são menos do que 9% do total.”
De
julho, quando a novidade foi implementada, até outubro, foram emitidos 184,6
mil cartões Mobilidade em primeira ou segunda via no Distrito Federal.
Essa
é a única forma de pagamento que permite ao usuário a integração de três
acessos pelo valor de um. Os veículos que fazem parte do programa ‘Dinheiro Não
Vai Mais Andar de Ônibus’ também aceitam cartões bancários (débito ou crédito),
Vale-Transporte e via bilhete avulso (QR Code). As gratuidades para estudantes,
pessoas com deficiência e idosos continuam sendo aceitas.
Perfil
de usuários
“Fizemos
um estudo para analisar o perfil do usuário de cada linha”, explica Zeno
Gonçalves. “As que têm maior adesão por dinheiro em espécie serão as últimas a
mudarem a forma de pagamento, que são aquelas mais distantes do Plano Piloto,
como Planaltina, Gama, Fercal e Sol Nascente. Neste momento, a gente entende
que o sistema já está maduro e que seja o período ideal para inserir em 100% o
pagamento digital ou via QR Code.”
“A
gente não precisa mais andar com o dinheiro, e nem tem essa questão do
armazenamento das cédulas dentro do ônibus” - Marcus Vinícius Ribeiro Cunha,
revisor
Os
novos meios de pagamento foram bem-avaliados pelos usuários do transporte
público coletivo da Grande Brasília, como o estudante André Vinícius Pereira,
26, morador do Gama. “Desde a retirada do dinheiro, tem facilitado bastante a
minha vida”, comenta. “Às vezes a gente não tem nem tempo para sacar dinheiro,
e com o Cartão Mobilidade isso ajuda muito, principalmente para mim, que
preciso de mais de um ônibus e utilizo a integração. Isso sem contar que a
gente se sente mais seguro.”
A
segurança também foi um dos fatores abordados pelo revisor de textos Marcus
Vinícius Ribeiro Cunha, 23: “A gente não precisa mais andar com o dinheiro, e
nem tem essa questão do armazenamento das cédulas dentro do ônibus, além de ter
reduzido as filas, tanto para entrar no ônibus quanto para passar na catraca.
Com o cartão, é muito mais fácil e rápido, não tem conferência de troco, por
exemplo. A novidade de aceitar cartões de débito ou crédito foi ótima também,
porque às vezes não consigo manter o Mobilidade recarregado”.
Pagamento
eletrônico
Em
2023, o pagamento da passagem com dinheiro em espécie representava um montante
de R$ 278,5 milhões, o equivalente a 31% do total de acessos. Em junho de 2024,
antes do lançamento do sistema de pagamento eletrônico, o dinheiro em espécie
havia caído para 24,8%, mostrando uma tendência dos usuários pelos meios
digitais.
Atualmente,
o uso do dinheiro em espécie está em torno de 9%. A expectativa é que até o
final do ano esse número caia para cerca de 5%. A tendência é que os usuários
migrem principalmente para o Cartão Mobilidade, que já passa de 615 mil
cadastros ativos.
Foram
emitidos 7.335 bilhetes avulsos de agosto até agora. Já a recarga por Pix
cresceu, representando hoje cerca de 52% do movimento de quem o utiliza para
abastecer o saldo dos cartões Mobilidade.