Carlos Xavier foi condenado por encomendar a morte de um jovem de 16
anos, em 2004. Porém, o júri foi anulado e será realizado novamente
A
primeira sessão do novo Tribunal do Júri do
ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier, 62 anos, foi marcada para 19 de
fevereiro de 2025.
O parlamentar é acusado de mandar matar
Ewerton Ferreira, um adolescente de 16 anos, em 2004.
Ele chegou a ser condenado a 15 anos de prisão
pelo crime, mas, em setembro deste ano, o Tribunal de Justiça do Distrito
Federal (TJ-DF) anulou a sentença.
O
processo tramita no Tribunal do Júri do Recanto das Emas.
O
primeiro júri de Carlos, também conhecido como Adão Xavier, foi anulado após a
defesa dele juntar novos elementos no processo.
Entre
eles está um relatório policial e um depoimento do policial civil Adamastor
Castro e Lino de Andrade Júnior. Adamastor atuou na investigação do caso
enquanto estava lotado na antiga Corvida, hoje Delegacia de Homicídios. Segundo
as falas do agente anexadas ao processo, houve “contaminação política” no caso.
Adamastor
afirmou que um dos autores teve o indiciamento alterado de latrocínio para
homicídio. Para o policial, isso aconteceu “em decorrência de questões
políticas e econômicas”, porque, à época, o então suplente de Xavier, Wilson
Lima, estaria interessado na cassação de Xavier para poder assumir o cargo.
Com
a mudança de latrocínio para homicídio, o delegado Mário Gomes assumiu o caso.
Gomes e Wilson Lima seriam amigos e vizinhos, e a mulher do agente policial
havia sido nomeada no gabinete de Lima depois que ele assumiu a cadeira de
deputado.
Condenado
em 2015, por júri popular, a 15 anos de prisão, Xavier teve autorização do
então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para
responder em liberdade.
Em 2022, a Vara de Execuções Penais do DF
expediu mandado de prisão contra o ex-deputado, que ficou foragido e só foi
encontrado e preso em fevereiro deste ano. Em setembro, após a anulação, ele
deixou a prisão.
Acusado de mandar matar adolescente
Xavier
foi condenado em duas instâncias por mandar matar um adolescente de 16 anos, em
2004. Segundo a acusação, o homem acreditava que o adolescente estava tendo um
caso com sua esposa e decidiu encomendar a morte do menor de idade.
Segundo
o processo, Xavier contratou o capoeirista Eduardo Gomes da Silva, conhecido
como Risadinha, Leandro Dias Duarte e um adolescente para executarem o
adolescente Ewerton Ferreira. O ex-parlamentar teria pagado R$ 15 mil pela
“cabeça” do garoto.
O
corpo de Ewerton foi encontrado com marcas de tiro de revólver atrás de uma
parada de ônibus no Recanto das Emas.
Na
época do crime, Adão era casado havia 14 anos. Ainda de acordo com o processo,
o relacionamento do casal, no início, era bom, mas nos últimos anos havia se
desgastado porque a mulher dele “passou a manter, rotineiramente, múltiplos
relacionamentos extraconjugais com adolescentes, dentre os quais a vítima, de
16 anos”.
Descontente com essa situação, Adão resolveu “tomar providências para pôr fim à questão”. A mulher e o amante se separaram após o adolescente ser alvo de ameaças.(*Metropoles)