...

...

No ar: ...

...

USO DE CELULAR ABOLIDO: Escolas registram avanço no desempenho estudantil após veto ao aparelho

Publicada em: 07/08/2025 08:53 - Educação DF

 

Mais de 70% dos profissionais da educação avaliaram positivamente a medida no primeiro semestre letivo, destacando avanços no comportamento e no engajamento dos estudantes.

Com o início do segundo semestre letivo, as salas de aula da rede pública do Distrito Federal voltaram a ganhar vida, só que desta vez com um cenário um pouco diferente de outros tempos.

Desde janeiro deste ano, está em vigor a Lei nº 15.100/2025, que proíbe o uso de celulares e dispositivos eletrônicos por estudantes nas escolas públicas e privadas.

A medida, sancionada pelo presidente Lula, vem mostrando efeitos concretos: de acordo com levantamento da Secretaria de Educação, mais de 70% dos profissionais da educação avaliam positivamente os primeiros resultados, principalmente no comportamento, na atenção e no engajamento dos alunos.

biblioteca do centro de ensino médio setor oeste (cemso) créditos daniel xavier jornal de brasília (2)

Créditos: Daniel Xavier/Jbr

A pesquisa, conduzida pela Subsecretaria de Educação Básica, ouviu profissionais de todas as Coordenações Regionais de Ensino do Distrito Federal e revelou que 85% percebem algum impacto positivo da medida, sendo 45% com melhorias significativas e 40% com efeitos parciais. Além da aprendizagem, as relações sociais também melhoraram: 46,7% dos profissionais relataram mais diálogo, vínculos fortalecidos e mais interação entre os alunos durante os intervalos. “A escuta institucional revela que a política pública está no caminho certo, mas demanda continuidade, acolhimento e diálogo com famílias e estudantes”, pontua a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.

 

Sem celular, melhor equilíbrio 

Volta às aulas sem celular nas escolas: o que pode e o que não pode |  Metrópoles

No Centro de Ensino Médio Setor Oeste (CEMSO), localizado na Asa Sul, a diretora Edna Pereira Torres afirma que os resultados da nova política têm sido perceptíveis. “Os alunos estão mais atentos, participativos, presentes. A resistência foi mínima, e conseguimos construir um acordo coletivo, com regras claras e espaço para escuta”, destaca. Segundo ela, um dado chamou a atenção da equipe. “Os alunos têm mostrado menos ansiedade, especialmente os do turno matutino”. Na escola, os celulares são permitidos apenas durante os dois intervalos do dia, com acesso ao Wi-Fi liberado e pontos de recarga. “Isso ajudou na aceitação. Eles sabem que terão tempo para usar o aparelho, mas também compreendem a importância de estarem presentes na aula”, explica a gestora, que está há quase dois anos na direção da unidade.

Mais do que apenas proibir, o CEMSO apostou em oferecer alternativas. Nos intervalos, os estudantes têm acesso à biblioteca, a espaços verdes e ao empréstimo de materiais pedagógicos. “Cuidamos dos ambientes de convivência para que eles sejam, de fato, espaços de descanso e interação. Isso deixa os alunos mais calmos e integrados ao dia escolar”, completa Edna. Em casos de descumprimento das regras, o celular é recolhido e entregue somente aos pais ou responsáveis. Segundo a diretora, o envolvimento da família tem sido fundamental. “Nenhum pai se opôs. Pelo contrário: muitos agradecem e entendem que essa mudança ajuda os filhos a se concentrarem nos estudos”, relata.

É o caso de Antonio Carlos, 57 anos, pai de uma aluna do CEMSO. Ele conta que notou diferença na rotina da filha. “Em casa, ela está usando bem menos o celular. Está mais focada. Acredito que a escola tem incentivado bastante com essa nova medida”, afirma. “Temos que educar nossos jovens. Não dá para deixar a tecnologia tomar conta de tudo”, finaliza.

biblioteca do centro de ensino médio setor oeste (cemso) créditos daniel xavier jornal de brasília (3)

Créditos: Daniel Xavier/Jbr

Com o retorno das aulas, Edna prevê um período inicial de readaptação, mas acredita que o segundo semestre será ainda mais produtivo. “Com adolescentes, é sempre necessário reafirmar os pactos e os limites. Mas agora estamos prontos para avançar para uma nova etapa: queremos trabalhar o letramento digital crítico, para que eles aprendam a usar o celular com consciência e finalidade pedagógica”, adianta.(Fonte:JBr)

 


 

Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...