Intenção é garantir efetiva aplicação de protocolo na rede
pública, elevando qualidade da assistência a menores de 2 anos.
Mais
de 200 profissionais da rede pública de saúde participaram da qualificação
sobre o Protocolo de Manejo Nutricional na Alergia às Proteínas do Leite de
Vaca (APLV) para crianças menores de 2 anos.
Promovida
pela Secretaria de Saúde, a capacitação busca aprimorar a assistência a esse
grupo, integrando a atuação de servidores.
O Protocolo de Manejo Nutricional na Alergia às Proteínas do
Leite de Vaca (APLV) para crianças menores de 2 anos foi o tema de capacitação
promovida pela Secretaria de Saúde na semana passada
“Capacitar
os servidores é fundamental para garantir a aplicação correta do protocolo.
Isso
impacta diretamente na qualidade do atendimento e na segurança alimentar das
crianças atendidas”, destaca a gerente de Serviços de Nutrição (GeSNut) da Secretaria
de Saúde, Carolina Gama.
A
APLV é uma das principais condições clínicas acompanhadas pelo Programa de
Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (PTNED) - regulamentado pela Portaria nº
374/2023.
De
2013 a 2024, o número de crianças com até 2 anos cadastradas com esse
diagnóstico cresceu 126%. Apenas entre 2023 e 2024, foram mais de 800 incluídas
em cada ano, número representa cerca de 2,3% dos nascidos vivos nesses
períodos.
Mais de 200 profissionais de saúde participaram da capacitação,
realizada no auditório da Fiocruz Brasília
Diante
do cenário, a presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (AsBAI-DF),
Marta Guidacci, destaca que qualificar os profissionais é essencial para
padronizar a assistência, pois coloca todos na mesma página.
"Uma
integração fortalecida entre os servidores permite a oferta de atuações mais
seguras, baseadas em evidências científicas. O conhecimento compartilhado aqui
vai refletir na prática do dia a dia", avalia a gestora.
Protocolo
Publicado
em julho de 2024, o Protocolo de Manejo Nutricional na APLV foi desenvolvido
por um grupo multidisciplinar com especialistas dos hospitais Materno Infantil
de Brasília (HMIB) e da Criança de Brasília José Alencar (HCB), dos Bancos de
Leite Humano (BLH), além de nutricionistas e alergistas da Secretaria de Saúde.
Segundo
Gama, um dos principais desafios na aplicação do protocolo é a utilização do
Teste de Provocação Oral (TPO). “Esse protocolo veio com a proposta de que
todas as crianças com suspeita de APLV passem pelo TPO. Assim, evitamos que
aquelas sem alergia fiquem cadastradas no programa, sofram restrições
desnecessárias e enfrentem problemas sociais ou nutricionais", explica a
gerente da Secretaria de Saúde.
Programação
A
capacitação ocorreu na sexta-feira passada (23), no auditório da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, e contou com debates sobre aleitamento
materno, condutas médicas após o TPO e o papel dos BLH no manejo nutricional.
Uma das palestrantes foi a diretora clínica do HCB, Elisa de Carvalho, que
abordou a APLV, seu conceito, diagnóstico, tipos de alergia e sintomas
relacionados.
"Entre
os oito alimentos mais alergênicos — leite de vaca, ovo, soja, trigo,
castanhas, peixe, crustáceos e amendoim —, o leite é o mais prevalente na
pediatria. A APLV afeta entre 1,9% e 4,9% das crianças, uma taxa bem maior do
que em adultos, o que exige atenção redobrada dos profissionais que atuam com o
público infantil", destaca a médica.