Segundo o motociclista, o veículo foi recolhido pelos PMs porque
estava com débitos pendentes. A Polícia Militar prometeu investigar o caso
Um
policial militar deu um tapa na cara de um motociclista, de 21 anos, ao final
de uma abordagem na Estrutural, neste sábado (24/11). A Polícia Militar do
Distrito Federal prometeu apurar o caso.
Segundo
o motociclista, a moto foi recolhida porque estava com débitos pendentes e o
tapa teria sido desferido quando ele questionou aos policiais para onde o
veículo seria levado e quais multas seria obrigado a pagar.
“Eu
tinha acabado de comprar a moto. Ela estava sem os retrovisores. Fui até uma
oficina para instalá-los. Mas estava fechada. E quando estava voltando para
casa fui abordado”, contou.
“Totalmente
humilhado”
Durante
a abordagem, os policiais identificaram os débitos e informaram a apreensão da
moto. O motociclista disse que iria pegar as chaves e esperar pelo guincho. Mas
os PMs teriam dito que eles mesmos levariam a moto.
O
motociclista considerou a conduta inadequada. “Perguntei para onde minha moto
iria e quais multas seriam aplicadas. Não me informaram. Eu disse que sabia dos
meus direitos. Nessa hora o policial me deu o tapa”, contou.
“Para
mim, foi abuso de autoridade, violência policial. Levei um tapa na cara na
frente da minha comunidade. Estou totalmente humilhado. Sou um trabalhador, um
homem de família. Como um policial dá um tapa na cara de um cidadão, quando
deveria defender o Estado e a comunidade? É revoltante”, desabafou.
Recusa
Na
sequência, o motociclista teria ido até a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural)
para fazer registro da ocorrência e fazer exame no Instituto Médico Legal
(IML). “Mas os policiais se recusaram. Disseram que, se eu quisesse, deveria
fazer o registro pela internet ou na Corregedoria da Polícia Militar”, afirmou.
O
motociclista tentou fazer o registro na base da PMDF na região. No entanto,
também não teria sido recebido. “Levaram minha moto. Não sei onde ela está. E
ela é meu meio de trabalho, meu ganha-pão”, concluiu.
Segundo
a advogada criminalista Jéssica Marques, representante do motociclista, a
conduta dos policiais militares na abordagem foi desproporcional e
desarrazoada.
“Meu
cliente não tem passagem. É um trabalhador. Não houve ameaça, afronte ou
desacato. E, se houvesse, era para algemar e levar para a delegacia e não para
agredi-lo”, comentou.
Além
do registro do boletim de ocorrência on-line, a defesa pretende apresentar o
caso na Corregedoria da PMDF e entrar com as ações cíveis indenizatórias.
Outro
lado
Por
nota, a PMDF comunicou que vai apurar os fatos através de procedimento
disciplinar. Também reiterou que não coaduna com desvios de conduta de seus
integrantes.
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil (PCDF) sobre a conduta dos policiais na 8ª DP. Não houve resposta até a última atualização da reportagem. O espaço segue aberto.(*Fonte:Metropoles)