Além
de pagar a indenização, Josemar também será obrigado a publicar o conteúdo da
sentença em seu perfil no Instagram
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) condenou o deputado estadual Professor Josemar (PSOL), do Rio de Janeiro, a indenizar um policial federal após o parlamentar ter feito acusações infundadas de racismo contra o agente.
O incidente, que ocorreu em outubro do ano passado, envolveu Josemar sendo abordado por policiais federais no Aeroporto de Brasília, onde ele se recusou a passar por uma revista em local reservado ao voltar de um congresso do seu partido.
Em
suas redes sociais, o deputado alegou ter sido vítima de racismo, o que levou o
policial a processá-lo por danos à sua honra e imagem.
A
Justiça, no entanto, não encontrou evidências de racismo nas ações do policial
e, em primeira instância, condenou Josemar a pagar R$ 5 mil ao agente.
O deputado recorreu, mas a segunda instância
confirmou a sentença.
A relatora do caso, juíza Gissele Raposo, destacou que, apesar de a abordagem ter sido legal, as declarações de Josemar nas redes sociais, acusando o policial de racismo, “macularam os direitos extrapatrimoniais da personalidade do autor”.
Essa decisão evidencia a necessidade de responsabilidade por parte de figuras
públicas ao fazer afirmações que podem afetar a reputação de outros.
Além
de pagar a indenização, Josemar também será obrigado a publicar o conteúdo da
sentença em seu perfil no Instagram e em outras redes sociais onde fez as
acusações.
Em resposta ao veredicto, o deputado se defendeu, afirmando que não havia justificativa para a revista e alegando que a ação do policial estava em desacordo com as resoluções da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“Eu
me recusei a fazer a revista em sala reservada, com o policial, inclusive,
metendo a mão toda hora na arma. Nós não somos bandidos; eu sou um deputado
estadual que luta contra o racismo no Brasil, no Rio de Janeiro”, declarou ele
em um vídeo nas redes sociais.
Esse
caso ilustra um problema maior: a utilização indevida de alegações sérias como
racismo para impulsionar narrativas pessoais.
A
Justiça reafirmou que acusações dessa natureza não devem ser feitas
levianamente, especialmente por aqueles que ocupam cargos públicos.
A
condenação de Josemar serve como um alerta sobre a importância da
responsabilidade e da veracidade nas declarações de figuras políticas, em um
momento em que o racismo e a discriminação ainda são questões críticas na
sociedade brasileira.