Segundo dados atualizados do ICMBio, total da área atingida chega a 1.473 hectares; 600 profissionais atuam no combate aos incêndios na região

Quatro dias após o início dos incêndios no Parque Nacional de Brasília, a situação na região segue controlada.

O principal desafio agora é combater o fogo subterrâneo, que consome o material combustível acumulado embaixo da terra em dois focos ainda ativos nesta quarta-feira (18).

O risco é que as chamas voltem a se alastrar. Por isso, mais de 600 combatentes, entre bombeiros e brigadistas, seguem trabalhando no resfriamento do solo. A técnica de resfriamento consiste em jogar água na região afetada pelo fogo subterrâneo e revirar parte da vegetação com o uso de ferramentas como pás e enxadas, conforme explica o comandante operacional do Corpo de Bombeiros , Pedro Aníbal.

Mais de 600 combatentes, entre bombeiros e brigadistas, seguem trabalhando no resfriamento do solo 

“O incêndio subterrâneo é um dos mais difíceis de identificar porque nós não vemos o local onde o fogo está queimando, não existem chamas. Nós vemos pontos de fumaça e, com isso, sabemos que ali naquele local tem um incêndio subterrâneo”, detalha. “O que está queimando é matéria orgânica que está depositada no solo. Isso acontece normalmente em matas ciliares, matas de galeria, então é o foco mais difícil de combater.”

A operação conjunta é feita pelo Corpo de Bombeiros, pelo Brasília Ambiental, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Área atingida

O combate à queimada no Parque Nacional de Brasília teve início às 11h20 do último domingo (15), nas proximidades do Córrego do Bananal e da unidade de captação de água da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb). As chamas se alastraram rapidamente pelo terreno em razão do clima quente e seco e já consumiram 1.473 hectares de vegetação.

A suspeita é que o incêndio tenha sido criminoso.

Profissionais do Corpo de Bombeiros e do ICMBio têm se revezado nos trabalhos de vigilância e combate aos incêndios, com combatentes estando em campo em vários turnos ao longo do dia.

Pedro Aníbal, comandante operacional do Corpo de Bombeiros do DF: “O incêndio subterrâneo é um dos mais difíceis de identificar porque nós não vemos o local onde o fogo está queimando, não existem chamas. Nós vemos pontos de fumaça e, com isso, sabemos que ali naquela região tem um incêndio subterrâneo”

Segundo o ICMBio, o total de vegetação atingida em 2024 está abaixo do recorde histórico, registrado em 2007, quando 14.152 hectares do Parque Nacional foram queimados. O ano de 2010 aparece na sequência.

Na época, 15.678 hectares de vegetação foram atingidos pelas queimadas. Em 2022, o total da área do parque atingida foi de 11.218 hectares.

Neste ano, a vegetação atingida, além de estar mais perto da área residencial, também é mais lenhosa, o que contribuiu para que o fogo se alastrasse mais rapidamente.

Sobrevoo na região

Nesta quarta-feira (18), o governador Ibaneis Rocha sobrevoou a área do Parque Nacional de Brasília. Também estiveram presentes o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, e o comandante do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, Sandro Gomes.

Após a agenda, Ibaneis Rocha lamentou as queimadas e reforçou a atuação do Corpo de Bombeiros em manter a situação sob controle.

“É uma situação muito triste ver uma queimada dessa, quase dentro da nossa cidade. Em que pese as condições de fumaça e os prejuízos à população, o incêndio consumiu somente 3,4% de todo o Parque Nacional. Vamos torcer para chover o mais rápido possível. Enquanto isso, os nossos militares do CBMDF estarão mobilizados para manter a situação controlada”, declarou.