Fogo que atinge a Floresta Nacional de Brasília completa mais de 24 horas; pelo menos 100 pessoas trabalham no combate às chamas
O Corpo de Bombeiros da
capital federal e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade) trabalham com a hipótese de o incêndio que consome a
Flona (Floresta Nacional de Brasília) tenha sido criminoso.
Segundo o major
Godoy, do Corpo de Bombeiros e coordenador das operações de combate ao fogo na
Flona, tudo indica para essa possibilidade. “Chacareiros relataram aos
militares que viram três homens circulando na área onde a queimada começou.
Além disso, há outros indícios que nos direcionam para essa linha”, afirma o
militar.
“Normalmente, os
incêndios florestais começam em um único ponto e avançam em linha. No caso da
Flona, foram três ou quatro focos, em pontos diferentes e ao mesmo tempo. Isso
indica ação humana,” acrescenta o major.
O combate ao incêndio
que atinge a Floresta Nacional, na capital do país, já completa mais de 24
horas. Pelo menos 100 militares do Corpo de Bombieros Brasília, brigadistas do
ICMBio, Instituto Brasília Ambiental e voluntários trabalham para conter as
chamas, que já consumiram uma área de mais de 1.200 hectares, o equivalente a
quase um terço da floresta.
O chefe da Floresta
Nacional, Fábio Miranda, explicou que, nesta quarta-feira (4), os esforços das
equipes estarão concentrados na segurança das casas próximas à mata e na
proteção dos mananciais existentes dentro da área de reserva.
“Esses mananciais são importantíssimos para a
manutenção da vida, não só aqui na Flona, mas em vários outros ecossistemas
próximos. Até agora, não recebemos informações de animais queimados. Mas
estamos trabalhando também com equipes do Zoo de Brasília, que estão
acompanhando os brigadistas e, caso encontrem algo, estarão prontos para agir.
Miranda também
alertou para os impactos de um incêndio como esse para o Cerrado. “Foram
décadas, centenas de anos para que a fauna e a flora do bioma atingissem as
condições que temos hoje. Mas bastam algumas horas para que o fogo destrua
tudo. A Flona vai se recuperar! Ela sempre se recupera! Mas o processo é muito
lento”, diz.
Período de
seca
O Distrito Federal já
está há 134 dias sem chuvas, uma das mais longas estiagens registradas no
Planalto Central. A umidade relativa do ar também segue baixa, registrando 7%
na tarde de terça-feira (3), a menor média desde o início da medição, em 1996.
Também na terça-feira
foram registrados 115 focos de incêndio em diferentes pontos da Grande Brasília.
Ao todo, a área de Cerrado queimada este ano
já ultrapassa os 13 mil hectares, quase o dobro do registrado em 2023, quando
sete mil hectares de mata foram consumidos pelo fogo.(*Fonte:R7)