Especialistas destacam que registro do Distrito Federal não deve
ser 'cômodo'.
Entre maiores percentuais
do Brasil, Alagoas lidera com 14,2%.
O Distrito Federal tem 1,7% da
população com 15 anos de idade ou mais que não sabe ler nem escrever.
Este é o menor registro de todo o país.
O maior percentual é o de Alagoas, com 14,2% de analfabetos (veja detalhes abaixo).
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A porcentagem do DF representa 42
mil pessoas. De acordo com o levantamento, entre 2022
e 2023, houve queda de 1,9% para 1,7%.
Os dados são referentes ao ano
de 2023 e foram publicados
pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a
Secretaria de Educação do GDF, a redução é resultado de políticas públicas,
inclusive o investimento na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que conta com
97 unidades, além do investimento na alfabetização das crianças na idade certa.
Em 2022, a proporção de pessoas
do Distrito Federal com 25 anos ou mais que terminaram a educação básica
obrigatória – ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio – alcançou 71,3%:
o maior percentual do país.
Caminho é longo
A
doutora em Educação, Olga Freitas, destacou que mesmo que o
índice do DF esteja baixo, ele não pode deixar as pessoas acomodadas.
“Precisamos
avançar da alfabetização para o letramento. Da decodificação, da codificação,
para o uso da língua com propriedade nas práticas sociais. É preciso ler com
compreensão, produzir com criticidade e nisto ainda estamos caminhando em
passos lentos”, avalia Olga Freitas.
A
subsecretária de Educação Básica, da Secretaria de Educação, Iêdes Braga também
defende que o número de alfabetizados precisa crescer.
“De fato ainda temos
muito o que evoluir. A gente está contribuindo para que todos tenham direito a
educação básica. Nós iremos focar muito na formação continua dos professores”,
diz a subsecretária.
Nunca é tarde demais 👩🎓
Já Elzenir Gonçalves deixou
a escola na adolescência para trabalhar no campo. Quando se mudou do Maranhão
para Brasília, precisou se dedicar à criação de seus dois
filhos.
“Eu me
senti inútil ficando dentro de casa só como mãe, como dona de casa. Hoje eu sou
uma outra pessoa, outra Elzenir. Porque antes eu era triste”, conta Elzenir.
Aos 51
anos, ela diz que os estudos
mudaram sua forma de pensar e de ver a si mesma e o mundo à sua volta.
“Sem conhecimento a gente é quase um cego. Um cego com visão”,
comenta Elzenir.
Média nacional é de 5,6%
O levantamento da Pnad de 2023 destaca que, ao todo, são 9 milhões de pessoa analfabetas no Brasil. Deste total, 5,2 milhões têm a partir de 60 anos, indicando que “o analfabetismo está diretamente associado à idade”, informa a pesquisa.
Na análise da cor ou raça, 3,2% dos brasileiros são
brancos e 7,1% pretos ou pardos.
O estudo também afirma que "a taxa de analfabetismo reflete as desigualdades regionais", na medida em que o
Nordeste e o Norte apresentaram os índices mais elevados.
Outro levantamento, do Fundo das Nações Unidas para
a Infância (Unicef), alerta que a taxa de analfabetismo de
crianças de 7 a 9 anos dobra entre 2019 e 2022 no Brasil.
Os estados com maior número de analfabetos são:
- 📍 Alagoas: 14,2%
- 📍 Piauí: 13,3%
- 📍 Paraíba: 13,2%
- 📍 Maranhão: 11,5%
- 📍 Ceará: 11,5%
Os estados com menor número de analfabetos são:
- 📍 Distrito Federal: 1,7%
- 📍 Santa Catarina: 2%
- 📍 Rio de Janeiro: 2%
- 📍 São Paulo: 2,3%
- 📍 Rio Grande do Sul:
2,7%